segunda-feira, janeiro 24, 2011

E não, nem todo o povo quer comprar um carro novo.

Anónimo, Por onde para o Povo

As propostas da CIP, a apresentar em "CPCS", imediatamente a seguir à fantochada das eleições para "pseudo PR", são legítimas face ao principio e ao propósito e em virtude do pais que temos. Com o valor de 1 indemnização por despedimento, 45 dias, passam a despedir-se 3, 15 dias! A postura da CGTP é a costumeira, não vou analisar, a da UGT, também, mas esta, uma verdadeira palhaçada, pois diz não com a ressalva de ser “assunto a rever”, as in, vai recusando, faz teatro, negoceia contrapartidas, como os lordes negociavam terrenos na idade média, e assina no fim.

Acho incrível que não se paguem avaliações de desempenho, não se melhorem redes, parques informáticos, etc., essenciais para a produtividade, e que se centrem as atenções nos LARGOS VENCIMENTOS pagos em Portugal. Enquanto isto a precariedade aumenta, e isto com salários inferiores a 500 euros.

Apetece-me ser com uma qualquer personagem de Llosa, por exemplo, o guarda Lituma e escrever, à boa maneira sul-americana, “grandessíssimos filhos de uma puta.” Só espero é que não se assista também a um desfecho à boa maneira sul-americana, que é o de alguém aparecer com um “tiro nos cornos”, pois não se “querem violências” no corpus social, onde o estado, democrático, deve ser o aglutinador e gestor da força, da violência e da ordem. E está a sê-lo, o aglutinador da violência económica e financeira, que silenciosamente e sem vitimas nas ruas, nos aprisiona e “mata todos os dias”; mata-nos o ânimo, mata-nos a vontade, a confiança, o casamento, a paciência de pai e de filho, a cultura, os valores, as disposições. E não, nem todo o povo quer comprar um carro novo.

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