terça-feira, julho 04, 2017

Liberdade

A Liberdade é (deve ser) o verdadeiro ópio do povo.
Só na liberdade existe o Homem, só no exercício de liberdade se constituem o Ser e todas as suas categorias.
A liberdade tem que ser um vício, na sua dimensão da procura e posse. Só na liberdade há razão.
A liberdade é um constante exercício de razão, o mais alto e nobre de todos.
Só o ser livre pode ser um ser ético. Só na liberdade há moral.
A liberdade é condição para a moralidade.
Só a liberdade me permite ter para Ser neste determinismo existencial, do Ser que caminha para a morte.
Só na liberdade há paz, só na liberdade há respeito, só na liberdade há igualdade, só na igualdade pode existir lei e ordem. É a liberdade que legitima a pena e o condenado.
É a liberdade que permite a constituição e afirmação do Eu, que nada mais é que o exercício de síntese entre a minha razão e o mundo que me rodeia.
Só a liberdade permite a constituição de uma democracia.


Democracia sempre.

25 de Abril de 2017



25 de Abril de 2017


Um desejo, o desejo do reconhecimento de que o
político somos todos nós, nós que andamos no mundo. O político nasce do
mundo, do contacto com o mesmo, da aprendizagem, da luta do dia-a-dia e
não nos escritórios bafientos e venenosos dos "partidos", seja lá o que
isso for. Limitar ideologias a partidos é a mesmo coisa que reduzir a fé
ao credo, sendo isto uma facada mortal na pretensão.

A política é em si um exercício dialéctico, que orientado pela ideologia, não pode nunca perder o seu propósito, o de servir. O político serve, não se serve.

Democracia, sempre

segunda-feira, abril 17, 2017

Ideal

The Fighting Temeraire tugged to her last berth to be broken up
William Turner (1838)


Serás sempre para mim o que Mercedes foi para Gabo.
Não fui suficientemente rigoroso na minha ônticidade. Falhando eticamente, não me constituí no dever.
Paralelamente, fruto de um questionar constante - entre o que devo e ao que me encaminham - já terei chegado atrasado, nas últimas carruagens do comboio.
Resta o atroz consolo da memória, o agridoce da poesia existencial, e a luta pela liberdade. Há em tudo isto, um eterno retorno, como um peixe que se debate na boca do tubarão.

"Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate,
I am the captain of my soul"
William Ernest Henley, Invictus (1888)