sexta-feira, agosto 31, 2007

Simples mas eficaz: O retrato de 66 anos de CIA

Edward Munch, The Murderer

«I am not afraid from them....
me fear is from guys like you.
You make the big wars.»

«Wrong, we see that they stay small.»


Robert de Niro, The Good Shepperd, Dialogue between Joe Pesci and Matt Damon

sexta-feira, agosto 24, 2007


Andy Warhol, The World Fascinates Me

Meditação:

O ser humano constiui-se numa sensação de falta entre a esperança e a saudade, entre o que se quer ter e o que se teve, sempre movido pelo desejo. Assim, somos um esquisso entre nadas. Esquisso, porque estamos sempre em falta, em carência; Nadas, porque o que foi já não é e o que vai chegar ou pode vir a chegar, ainda não é.
Deste modo, somos caminhantes que na mochila levam esperança, saudade e também algo que comer.

Saudade

Pablo Picasso, The Old Guitarist

Pobre velha música!
Não sei por que agrado,
Enche-se de lágrimas
Meu olhar parado.

Recordo outro ouvir-te,
Não sei se te ouvi
Nessa minha infância
Que me lembra em ti.

Com que ânsia tão raiva
Quero aquele outrora!
E eu era feliz? Não sei:
Fui-o outrora agora.

Fernando Pessoa



Saudade, saudade, essa expressão tão portuguesa, segundo dizem. Saudade, saudade daquilo que foi, que nos marcou, que nos fez sentir vivos. Saudade, essa forma estranha de sentir a falta de alguma coisa, esse querer agarrar os tempos que passaram, os tempos e os seus conteúdos, esse querer ser aquilo que já se foi, querer ter o que já se teve. Saudade, que nos reduz ao mais elementar daquilo que é ser humano, o perecível. Saudade, o peso do ser consciente de si, o peso da razão. Saudade, saudade de um cheiro, de um movimento, de um rosto, de um toque, de um reflexo, de uma frase, de um ano, de uma fracção. Saudade, como se algo sem forma, sem peso, sem matéria, mas ao mesmo tempo tão massivo, nos pudesse tocar. Saudade, saudade de ti, dele, deles, saudade de mim. Saudade, que pelo meu ser já tão morto, me fazes lembrar que estou vivo.