quinta-feira, outubro 04, 2012

E agora, se são eles que pagam a democracia?





Infelizmente, ou por motivos menos felizes, estive toda a manhã a assistir ao debate parlamentar, exemplarmente transmitido pelo canal Sic Notícias, sem novelas ou interrupções, minimizando ao máximo as intervenções da comentadora. O que retiro do debate e que todos os portugueses deveriam retirar, ou pelo menos reflectir sobre, pois não quero dar laivos de ditador, reproduz-se através da seguinte metáfora, da autoria de um muito respeitado amigo, Hugo Simões, a saber:
Temos 3 restaurantes numa rua, o A, o B e o C. Uma semana vamos ao A e aquilo não presta, noutra semana vamos ao B e aquilo ainda presta menos. Umas semanas após, indecisos, voltamos a ir ao A na esperança que esteja melhor.

Pois é isto que se passa connosco há já 38 anos, isto é, continuamos a apostar em A e/ou em B e depois choramos. Agora e nesta linha de pensamento, analise-se a intervenção da Deputada Teresa Leal Coelho, outra daquelas que vive do politiquismo português.
Na mesma a senhora disse que foram os portugueses que escolheram este governo, procurando assim demonstrar, segundo o seu ponto de vista, o carácter ditatorial e inoportuno das moções apresentadas por BE e PCP, acrescentando que os partidos da esquerda estão sentidos com a comemoração - ontem - da queda do muro de Berlim, que permitiu à senhora Merkel, vinda de leste, liderar a Alemanha. Terminou com a pérola de que é a Troika e não Moscovo que paga os vencimentos dos deputados e que alguns deles, bloquistas e comunistas, vivem no mundo de Alice.
Devo confessar que fiquei de boca aberta e que há muito que não via tanta asneira junta e tamanha incompetência vinda de um deputado eleito. Erros de palmatória indesculpáveis, remissões históricas grotestas levam-me a concluir que a intervenção da deputada Teresa só encontra paralelo em conversas de taberna bem regadas. Haja tento senhora deputada.

Ponto a: Os portugueses não escolheram este governo, mas um programa de governo ou uma ideologia de base, a saber, social democrata. Os governos são constituídos a posteriori.

Ponto b: Ditatorial e sectário é o governo que viola tudo aquilo com que se comprometeu para com os portugueses, na pessoa do seu líder na época da caça ao voto, aliás já demonstrado naquilo que se pode chamar de "ensaio sobre uma vitória que há-de vir" ao derrotar o PEC IV transpondo-o agravado para o orçamento de estado e políticas governamentais.

Ponto c: Ninguém no seu perfeito juízo chora pelo muro de Berlim e é absurda a referência, mas para que saiba, a Europa que tivemos até ao EURO, já nem digo até ao muro, foi construida do ponto de vista social como resposta a um sistema político e a senhora Merkel, como primeira barreira a essa mesma Europa, sofreu bem na pela a dicotomia. Agora pergunto-lhe: Morrerá a senhora Merkel de amores pela Europa Social? Será Comparável a Kohl ou mesmo a Schröder? Não preciso responder, pois o seu grande adversário nas próximas eleições, ex-ministro das finanças alemão Peer Steinbrück já deu lhe, a si Teresa, essa reposta.

Ponto d: Este ponto encerra o seu chorrilho de asneiras e só pode ser comparado ao seu chorrilho de asneiras profissional. Então é a Troika que nos paga os vencimentos e por isso devemo-nos calar e aceitar tudo, abdicando de direitos constituicionais e de cidadania? Quem é sectário aqui? Neste ponto nem preciso de me “estender” muito, pois ando a ler uma publicação da Notícias Editorial intitulada "O Estado de Hitler" que me tem demonstrado que o "vamos aceitar tudo caladinhos esperando que isto melhore" é o caminho certo para a desgraça em qualquer país do mundo, isto do ponto de vista político claro. Terminado isto pergunto: Quem é que anda num mundo de Alice? Acho que é mais a senhora, sendo que o seu mundo de Alice é carregado de bolos, pão fresco, queijo, fiambre, carne, peixe, tudo regado com bom vinho ou água mineral e outras mordomias tais.