quarta-feira, junho 25, 2008

CT - Desabafo


Internet - A dança da Cadeira vazia, ou trova do vento que passa e quem se lixa é sempre o mesmo


E pronto, já está. Alterações ao código aprovadas, a CGTP-IN out a meio, de forma a manter-se o teatro ipsis verbis, e que vai sair daqui? Bom, para já aqui os desgraçados toca de gastar dinheiro num código novo, quanto ao mais, vamos ver. Amigos, amigos, o problema não vem da lei, mas da EFECTIVIDADE da mesma. Como alguém disse hoje na rádio, um dos ilustres, mas aqui num momento verdadeiramente ilustre, e não, não estou a ser irónico: - Deveria ser criada uma ASAE para as leis do trabalho.

Bem haja.
PS: e que tal uma ASAE para os políticos e políticas?

segunda-feira, junho 16, 2008

Os Caminhos do Amor - Meditação


Pablo Picasso, Florecitas

Os caminhos do amor:

Um dos maiores desafios com que somos confrontados, penso eu, relativamente a qualquer questão durante a nossa vida, é a conjugação entre acção e palavra, especialmente quanto uma traiu a outra, ou mesmo que não tenha traído, uma vez que a expressão é já em si profundamente gravosa, revelou algum descuido para com a mesma.

Nas questões amorosas, e não nos detenhamos a meditar sobre o que é o amor, pois há aí muito de ditatorial, uma vez que o mesmo pode ser vivido de diversas formas, esta falha, esta falta de cuidado, descuido ou traição - no limite, pode revelar-se profundamente gravosa para a relação em questão (senão mesmo fatal) pois aquele que não cuidou, pode tender a exagerar na ânsia de recuperar da sua falta e esquecer-se do equilíbrio necessário, e aquele que não notificou a falta de cuidado, e não morrendo nunca a culpa solteira, pode tê-lo feito tarde demais, criando em si um vazio difícil de voltar a preencher.

Como voltar a ter aquela intimidade explícita num tom de voz, num gesto, numa comunicação surda que só ambos entendem, num nunca estar sozinho, mesmo a milhares de quilómetros, ou num estar a dois no meio de uma multidão? É isto que se perde na falha do cuidar e não a loucura do amor físico, pois que essa recupera-se facilmente, ou não tivéssemos nós toneladas de hormonas.

Se pudéssemos colocar em sacos de mercadorias o físico e o emocional, veríamos que os preços e os próprios pesos seriam radicalmente diferentes, especialmente com o avançar da idade, que acarreta consigo a perda de pudor, ou a desvalorização do mesmo, pelo uso confortável do corpo a nosso belo prazer. Já quando se mexe com factores íntimos, sendo que íntimo aqui se relaciona com aquela proximidade muito própria da emoção, penso que o caso muda um pouco de figura.

O íntimo é o mais difícil de conquistar, é a música silenciosa de qualquer relação, é o espaço onde todas as diferenças se encaixam e resultam numa harmonia fruto dessas mesmas diferenças. A intimidade, na opinião deste modesto pensador, vale por muitas noites de loucura física, até porque o corpo se degrada e vai perdendo fulgor. Corrijam-me se estou errado, sempre, que agradeço.