Morreu o papa João Paulo II. Para mim, que não sou um crente fervoroso, mas antes um crente como todos os seres humanos "têm" de ser, 2º o meu ponto de vista é claro, foi um momento de grande introspecção, mais do que de grande tristeza, pois a distância permite-me esse sentimento. Qualquer morte de um ente querido é também motivo de introspecção, claro, mas por motivos diferentes da condição humana, isto é, no caso dos ente queridos a questão gira à volta do porquê da morte, do porquê da partida, da saudade. Neste caso específico, vi-me lançado na questão do como viver, do como é possível dar-se um ultimo suspiro tranquilo, satisfeito, pleno. Com todas as questões que podem ser aqui levantadas acerca do que é uma vida plena, e que não as vou enumerar nem discutir, eu, Eduardo Neves, brincalhão com as figuras da igreja, brincalhão com as minhas "conversas" com o JC, declaro a vida de João Paulo II como tenho sido uma vida plena, pois conheceu, deu a conhecer, iluminou, guiou e transformou almas, foi alimento de fé, de crença e mais importante que isso, alimento de esperança para muita gente. Convicto, conservador, mas lutador, amante da paz e do diálogo. Portanto não chorei, não. De facto, na minha alma soltei um sorriso, um sorriso de quem se despede de alguém que vai para uma viagem, um sorriso de paz. João Paulo II viveu. Ganhou por isso o direito à imortalidade. Adeus João Paulo II e deixo para ti e para o mundo um frase de Santo Agostinho:
"Não fiquemos tristes por tê-lo perdido. Agradeçamos o facto de tê-lo tido."
"Não fiquemos tristes por tê-lo perdido. Agradeçamos o facto de tê-lo tido."